Marina Abramovic e Pina

 Assisti aos documentários Pina e Marina Abramovic, que relatam o trabalho de duas artistas que intitulam os filmes. Primeiro assisti ao Pina. Eu tinha uma concepção muito diferente do que é dançar antes de ver o filme, em alguns momentos você vê passos muito elaborados, lembrando o balé, em outros parece que tem alguém muito desengonçado em uma pista de dança, mas a repetição desses movimentos atípicos faz a performance ter sentido. Eu gostei muito da performance de uma mulher com um cabelo longo e um vestido longo e rosa, ela entra dentro do braço de um homem. A performance que eu menos gostei foi a de uma mulher que era tocada freneticamente por uma dúzia de homens, era perturbadora. Eu gostei muito da confiança que os dançarinos precisam ter um com o outro, há alguns passos que o artista está literalmente nas mãos do outro, e se o outro falha, dá pra se machucar muito feio. Uma coisa que eu fiquei com um ponto de interrogação foi com relação às músicas, eu em um primeiro momento pensei que elas faziam parte das apresentações, mas teve um momento em que um artista dançava em um ambiente externo ao som de uma música e a cena foi cortada para o artista dançando em um palco, mas a música continuou.

Agora falando sobre Marina Abramovic, foi um documentário que me sensibilizou mais, acho que o processo de criação foi mostrado com mais clareza e foi possível ter um resumo da vida da artista e como ela lida com o seu passado, o que me contextualizou bem para a parte final, onde tem as gravações das diversas performances de A Artista Está Presente. Eu realmente me emocionei nessa performance, comecei a chorar quando ela vê o ex-marido no primeiro dia, chorei com ela vendo um homem aleatório, chorei com ela vendo a criança. Mas eu também ri. Ri das pessoas jogando papéis e relacionado ela com a Maria Madalena ou quando uma pessoa pendurou um quadro na própria cabeça para falar com ela. Achei engraçado essas pessoas querendo ser parte da obra, elas não aceitaram a posição de ser um em milhares que a Marina observou durante os três meses.

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